sexta-feira, 7 de outubro de 2011

'Uma professora muito Maluquinha' se comunica com as crianças 
Paola Oliveira está em releitura do livro de Ziraldo.
Autor também assina o roteiro do filme.


De certa forma, o longa "Uma professora muito Maluquinha" é uma espécie de releitura infanto-juvenil do clássico "O padre e a moça", embora isso seja um detalhe que deve passar despercebido pelo público-alvo. Mas isso não importa, porque o longa cumpre sua função de se comunicar com as crianças, levando para as telas o livro do escritor-desenhista Ziraldo, com roteiro assinado por ele mesmo.

Na pele da personagem-título está Paola Oliveira, recém-saída da novela "Insensato coração", em que viveu a heroína Marina. Aqui, a personagem é um tanto diferente. A professora Cate é uma moça à frente de seu tempo. Seus métodos pedagógicos não condizem com as diretrizes das escolas públicas da década de 1940.
Quando ela volta para sua cidade, no interior de Minas, e recebe uma classe de primário para ensinar, ela entra em choque com as professoras veteranas, que ensinam à moda antiga. Este é apenas um foco do filme, que tem um tom nostálgico sem soar empoeirado - o que pode agradar àqueles que já não estão mais na idade escolar.

Cate, além de dar aulas, é especialista em partir corações. Seja do poeta-bancário (Rodrigo Pandolfo), do professor de geografia (Max Fercondini), ou do galã local, Rodolfo Valentino (Ricardo Pereira). A relação mais tensa, no entanto, é com o jovem padre Beto (Joaquim Lopes), com quem viveria entre tapas e beijos se ele pudesse beijar, é claro.

Amigos de infância que se reencontram, Cate e Beto estão sempre batendo de frente porque ele é supervisor da escola e também não concorda com a pedagogia da moça, que inclui leituras de gibis, idas ao cinema e uma encenação de "Cleópatra". A verdade é que Cate é a professora que todos gostariam de ter tido em algum momento da vida.

Baseada em diversos educadores que Ziraldo realmente conheceu, ela é um tanto idealizada, mas muito palpável.

Dirigido por André Alves Pinto (sobrinho de Ziraldo) e Cesar Rodrigues, o filme se apega ao elemento emocional. Descobrimos Cate e nos apaixonamos por ela pelos olhos das crianças, seus alunos. Como diz o personagem-narrador no início do filme, no primeiro momento em que ela entra na sala de aula, "todos os meninos queriam crescer logo para se casar com ela, e as meninas queriam ser iguais a ela."

A interpretação de Paola Oliveira vai além da semelhança física com o desenho do livro original de Ziraldo. Com riso largo e fácil e olhos expressivos, não é difícil entender o encanto daquelas crianças por sua professora. Ela é capaz de ser doce sem cair no excesso de sacarina, divertida, sem ser espalhafatosa.

Boa parte do filme foi rodada em São João del Rey (MG). A arquitetura diversificada da antiga cidade mineira confere um ar de atemporalidade muito benvindo ao filme. É uma história que se situa no passado, ressoa no presente e tem algo a dizer sobre o futuro - levantando discussões sobre os caminhos do ensino no Brasil.

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